Crítica | Logan

17 anos e oito filmes se passaram desde a primeira aparição de Wolverine nos cinemas, interpretado pelo australiano Hugh Jackman. Logan, última vez que o ator interpreta o personagem, chega aos cinemas. A verdade é que todos os filmes solo de Wolverine foram muito abaixo do esperado, e inclusive marcaram negativamente o personagem (como em X-Men Origens: Wolverine). Mas será que Logan consegue limpar essa imagem ruim e fazer justiça ao personagem (e ao ator)?

Em 2029, a população mutante foi reduzida drasticamente e os X-Men não existem mais. Logan, cujo poder de regeneração está enfraquecendo, se entregou ao álcool e ganha a vida como motorista. Certo dia, uma estranha pede para que ele leve uma garota chamada Laura (Dafne Keen) até a fronteira canadense. À princípio ele recusa, mas muda de ideia ao descobrir que o Professor Xavier aguarda há anos pela menina. Extraordinariamente habilidosa em lutas, Laura se parece com Wolverine em vários aspectos e é perseguida por sinistras figuras que trabalham para uma poderosa corporação. Seu DNA contém o segredo que a conecta a Logan e uma implacável perseguição tem início. Dirigido por James Mangold (de Wolverine: Imortal).

Logan, sem delongas, é um dos melhores filmes da Marvel e, definitivamente, é o melhor do universo X-Men nos cinemas. É um filme quase perfeito pelo seu tom e pelo aprofundamento do personagem.

O filme mostra um Wolverine quebrado, cansado e doente. Muitos anos se passaram, os X-Men não existem mais e os mutantes são raros no mundo. Logan, agora usando seu verdadeiro nome, James Howlett, vive apenas em função de cuidar do adoecido Professor Xavier e conseguir dinheiro para se refugiar, longe de qualquer confusão. Mas isso muda quando Gabriela, uma ex-funcionária de uma corporação que está produzindo mutantes para fins militares, pede ajuda ao Wolverine para levar a jovem mutante Laura a um local seguro. Logan já não é mais um herói e não quer saber de ajudar pessoas, mas quando essa corporação entra em ação, ele não tem outra escolha a não ser fugir com Xavier e Laura. E essa última jornada tem um significado muito profundo para ele.

A construção dos personagens no filme é muito interessante. Professor Xavier, na figura do mentor, mesmo desestabilizado, interpretado pelo sempre ótimo Patrick Stewart, é um lembrete para Logan de que nunca é tarde demais para fazer a coisa certa. Laura, que possui uma ligação muito forte com o herói, evolui constantemente no filme, se apegando também à Xavier, fazendo relembrar de seus tempos como Professor. E finalmente, o desacreditado Wolverine, que perdeu a esperança, tem um motivo para se reerguer. Inclusive, destaco a atuação de Jackman que convenceu e se aprofundou como nunca antes havia feito.

A corporação Transigen é a grande vilã da história. Mas boa parte do tempo a caçada é feita por mercenários conhecidos como Carniceiros, liderados por Donald Pierce (Boyd Holbrook). Assim como nas HQs, o grupo possui uma característica bem marcante: todos possuem melhoramentos cibernéticos. Mas, claro, a corporação é muito maior do que aparenta e guarda alguns segredos que são impactantes na história.

Conclusão

Logan é um filme que consegue balancear muito bem a ação, que é brutal e sangrenta, fazendo jus ao personagem, drama (o filme possui partes muito emocionantes) e comédia, que tem um tom suave e agradável, sem forçar a barra. Mas nem tudo são flores. Existem algumas situações que ficam sem explicações. Além disso, o final do filme não me agradou muito (não pelo que acontece, mas pelo ritmo que o longa é finalizado). Nada que tire o brilho desse excelente filme!

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