Crítica | Dunkirk

Certamente, Christopher Nolan se estabeleceu como um grande diretor. A Origem, Interstellar e a Trilogia Cavaleiro das Trevas são algumas de suas marcas registradas, e Dunkirk chega para fazer parte da lista dos filmes que você deveria assistir.

O filme mostra a massiva evacuação dos Aliados em Dunquerque, na França, durante a Segunda Guerra Mundial. Mas Dunkirk foca na visão dos britânicos, apesar dos Aliados serem formados também por franceses, belgas, holandeses e poloneses.

Quero iniciar minha crítica explicando uma coisa: Dunkirk não conta a história da batalha e evacuação. Então não vá ao cinema achando que vai sair de lá sabendo tudo sobre o que aconteceu, sejam nomes marcantes ou datas. Ele vai além de um filme de guerra. É uma épica e inspiradora obra.

Crítica | Dunkirk

O público não é introduzido ao que está acontecendo, mas é apresentado à um ambiente tenso e violento, onde muitos perderiam as esperanças. Isso poderia ser em qualquer guerra, não é? O foco não é no fato em si, mas na mensagem sobre esperança. Esse é um grande ponto positivo do filme: Não contar uma história como se estivesse lendo um livro, mas sim mostrar que, literalmente, não se deve deixar de acreditar.

Cerca de 400 mil soldados ficam encalhados em Dunkirk, sitiados pelos alemães (nunca mencionados pelo nome, eles são apenas “o inimigo”). Enquanto isso, esses soldados podiam praticamente ver a segurança dos penhascos de Dover, na Inglaterra. Mas não tinham uma maneira de alcançá-los.

Nolan acerta ao mostrar intensos três pontos de vista: dos homens na praia, desesperados em voltar para casa; no ar, onde pilotos britânicos tentam manter os soldados em terra seguros; e dos civis que utilizam seus barcos e tentam desesperadamente ajudar seus compatriotas.

Crítica | Dunkirk

Mas, além das perspectivas, o diretor também brinca com o tempo (afinal, ele tem filmes como A Origem no seu histórico): os acontecimentos na praia se passam durante uma semana, a visão dos civis, durante um dia e a perspectiva dos pilotos se passa em uma hora. A princípio, isso pode ser confuso. Mas Nolan cria uma tensão constante no filme, intercalando as perspectivas até o seu ápice, quando elas se cruzam.

Por não focar na história e sim na mensagem, muitos personagens e nomes não são apresentados. O público apenas os acompanha e torce por eles. Em terra, acompanhamos dois soldados britânicos  (Fionn Whitehead e Harry Styles – ex-One Direction, uma boyband – e sim, ele tem uma boa atuação) e um francês (Aneurin Barnard) tentando sobreviver. No ar, vemos sequências incríveis de batalhas entre os pilotos britânicos (liderados por Tom Durinho Hardy) e os inimigos. No mar, três civis buscam desesperadamente ajudar os soldados. E cada perspectiva é importante para o andamento do filme.

O som é crucial em Dunkirk. Não só a música, que é fantástica (em mais um trabalho primoroso de Hans Zimmer). Mas os efeitos sonoros conseguem ajudar na imersão e causam o impacto desejado pelo diretor. O filme é tenso e a expectativa de acontecer um desastre na praia é tão iminente que é sentido claramente nos efeitos sonoros e música.

Conclusão

Dunkird é uma obra-de-arte e muito intensa do início ao fim. A história pode ser confusa às vezes, mas ela é brilhante em minha opinião. Se puder, assista em IMAX. Você não vai se arrepender.

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