Crítica: Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário

Sábado típico no Rio de Janeiro. Um sol senegalês. Muita gente indo para a praia e eu fugindo do astro rei como um vampiro de Anne Rice. Minha sessão era às 18:30, dando tempo de sair de casa sem encarar o calor infernal. E lá fui eu. Com a companhia da digníssima patroa encontrar um casal de amigos e assistir o tão (mal) falado novo longa dos cavaleiros de Atena.

Como esperado, a grande maioria do público presente na sala era de jovens entre 20 e 30 anos. Sendo muito pequeno o número de crianças. Do começo ao fim, o que se ouviu na sala foram aplausos, sussurros, risadas com as boa piadas de Seiya e no fim, reclamações à mil. Obviamente não descreverei o filme aqui pois muita gente ainda não o viu e meu intuito não é dar spoilers.

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Entendendo uma releitura

Eu não vi o filme na estréia. Com isso, pude acompanhar nas redes sociais e internet em geral os comentários. E foi como se todos gritassem em uníssono: “O filme é uma merda!”. Todas as justificativas usadas para corroborar tal comentário eram coisas previamente ditas antes do filme ser lançado. Mudanças óbvias no roteiro (até por que condensar 73 capítulos de série em pouco mais de uma hora e meia de filme é complicado), algumas alterações na ordem das batalhas e as novas armaduras. Isso tudo com o “pequeno” detalhe que o longa foi feito totalmente em computação gráfica, algo inédito se tratando dos cavaleiros de Atena.

Os personagens foram muito bem conduzidos e representados. Sim, todos eles. Você que viu o filme e “odiou” deve estar se perguntando: “Até o Máscara da Morte parecendo um vilão da Disney?? Tá de sacanagem!”. Sim, até ele meu nobre amigo xiita revoltado. Todos que viram a série original sabem que o traço mais marcante do personagem era o cinismo e a petulância. E existem muitas formas de mostrar isso, inclusive a forma como foi mostrada no filme. Ou vocês não lembram de Hades, vilão do desenho “Hércules”, da supra citada Disney? Era tão arrogante e cínico que beirava o ridículo. Obviamente, é questão de gosto. E eu gostei.

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“Não gostei! Cadê as lutas clássicas?”

É importante frisar (novamente) que o filme é uma releitura e como o a palavra diz, não precisa seguir nada que não seja a essência/premissa do original. Muitas lutas “clássicas”, que os fãs foram correndo assistir, não acontecem. Algumas cenas emblemáticas aparecem de forma bem sutil, e isso realmente me cativou. A delicadeza de citar detalhes que constam na série original fazem com que fãs como eu (não xiitas) abram aquele sorriso empolgado e nostálgico. Foi isso que esperei ver desde o começo, diferente de alguns que achavam que (pasmem!) iriam ver em menos de duas horas todas as lutas épicas da série e suas dezenas de capítulos. Não existe essa possibilidade. E seria até muita pretensão dos produtores quererem isso, já que certas lutas realmente não poderiam ser rápidas como o filme necessitava.

As armaduras, animações e efeitos são excelentes. A releitura nas armaduras, com detalhes em uma espécie de neon, funcionam muito bem na tela. Junto à isso, os efeitos dos golpes são de encher os olhos e empolgam em muitos momentos. Isso sem contar a presença dos dubladores originais da série, algo que me fez abrir um largo sorriso já nos primeiros minutos.

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Resumo final

Se você é daqueles fãs que adoram ver releituras dos clássicos que você gosta e vai sempre assistir de mente aberta, assista sem medo. Mas se você compartilha da opinião dos xiitas que não admitem nenhuma mudança, minima que seja, na sua série favorita, passe longe. Nos poupará de ler mais e mais comentários raivosos nas redes sociais e chiliques como o protagonizado por uma moça ao final da sessão que eu estava, digno de uma criança fazendo birra por que não deram o brinquedo que ela queria.

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