Devil May Cry: Demônios cuspindo para o alto

A Capcom é uma empresa que todo mundo conhece por ser pioneira em inovar sem medo das críticas. E por mais complicada que seja, a Capcom trouxe os melhores jogos da minha vida. Incluindo a série Devil May Cry. Um dos melhores – senão o melhor – jogo de ação/hack’n slash já produzido, possuía uma cronologia sólida e empolgante em cada capítulo à cerca do personagem principal Dante.

Superou expectativas de vendas no lançamento do quarto jogo da franquia. E fez o carismático e audacioso caçador de demônios agregar milhões de fãs. Ele já era um ícone inexorável da Capcom. Confirmando sua importância em Marvel vs Capcom 3, onde é personagem jogável e um dos melhores do game. Rendeu animes, mangas e inúmeros bonecos. Tinha um design que todos os jogadores já estavam acostumados, todos os ingredientes para um game de sucesso. Até aí tudo bem, certo?

Ai a Capcom disse: “Quer saber? Joga essa po#%a fora e refaz tudo”

O que? Como isso? Como mexer em um time que está ganhando, e muito?! (uma média de 2 milhões de unidades por edição da série, decepcionando em Devil May Cry 2 com aproximadamente 1 milhão e o único da série com duas mídias). A Capcom foi clara quando contratou o estúdio gráfico Ninja Theory dizendo “Está aqui a idéia do jogo que queremos vender e a maleta de dinheiro, agora façam todo nosso trabalho enquanto tentamos zerar o Zelda Twilight Princess pra Wii -risos maleficos-“.

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Foi praticamente isso. A Ninja Theory refez a história original e mudou a imagem de caçador de demônios jovem e debochado com cabelos prateados para um emo-punk com casaco velho, magrelo e pinta de membro rejeitado de boy band. Quando o trailer de DMC: Devil May Cry com o novo visual do personagem foi exibido pela primeira vez em Setembro de 2010 pela Capcom -Que só teve o trabalho de revender e supervisionar a produção- choveram críticas dos fãs e até ameaças de morte para os produtores da série.

O visual de Dante já era algo tão sólido na mente e talvez na vida dos fãs de Devil May Cry que aceitar uma mudança drástica dessa era como ver o Megaman se transformando em uma espécie de “pokemon virtual”. Até hoje eu não entendi o porquê fizeram isso com nosso robozinho azul. Tudo por um único motivo. A série era mais vendida no Oriente do que no Ocidente. A mudança foi uma estratégia para aumentar as vendas da Capcom do nosso lado do mundo (imagino-os planejando isso em volta de uma mesa de guerra com várias pecinhas de cavalinhos e panzers querendo atacar nossos países).

Visual novo

O que ninguém iria imaginar -nem eu- era que esses fãs que tanto ameaçaram não jogar e odiaram essa novidade iriam experimentar uma nova característica de jogos de ação apresentados em DMC. O enredo do jogo é eletrizante e mais ousado. O visual do novo Dante é mais realista e vívido. A jogabilidade atraente e frenética recheada de várias probabilidades de combos com inúmeras armas conquistadas no decorrer das missões, fazendo com que muitos fãs assíduos da série cuspam para o alto ao criticar o jogo.

Cenas ousadas e linguajar de baixo calão dão boas doses de humor. O gráfico de longe é o melhor da série e impressiona a cada etapa concluída. Faz você esquecer os jogos anteriores por alguns meses, fazendo aquele velho mito “em time que está ganhando não se mexe” cair por terra. Outro ponto alto de DMC é sua frenética trilha sonora composta pela banda Combichrist

Pois é, a Capcom mexeu e acertou. DMC: Devil May Cry vendeu 1,5 milhões de cópias deixando muitos “Dantemaniacos” de cara quebrada após terminar o jogo, de tão boa que foi a experiência.

Eu fecho essa matéria com um conselho. Experimente o jogo e enfrente seus demônios. DMC: Devil May Cry é uma viagem alucinante entre o mundo dos vivos e dos mortos com muita emoção e estilo.

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