
A eterna e milenar guerra entre céu e inferno contada de uma forma divertida, sarcástica e com performances inspiradas de seus protagonistas. Uma fórmula certeira. É o que vemos aqui em Good Omens e os motivos eu conto abaixo.
Sinopse
“Ambientada em 2018, a série seguirá o anjo Aziraphale (Sheen) e o demônio Crowley (Tennant), que, acostumados com a vida na Terra, procuram impedir a vinda do anticristo e com ele a batalha final entre o Céu e o Inferno.”
Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno
Contando com seis capítulos em uma temporada, a série tem tamanho enxuto e honesto. Tamanho justo para a narrativa contada, sem tirar nem pôr. Por isso, temos uma história que se desenvolve sem percalços e sem as famosas e comuns “barrigas”, aquelas alongadas sem necessidade.
Falando da história, a mesma tem uma profundidade média que cumpre o propósito, pois o foco da narrativa é total em cima do carisma dos personagens (principais e secundários). O demônio Crowley (David Tennant) é divertidíssimo com seus sarcasmos e sua total falta de paciência. Já Aziraphale (Michael Sheen) é o contraponto, muito mais comedido e (às vezes) centrado. E a graça está justamente em como eles se relacionam e muitas vezes trocam de papel.
Deus no comando (ou não)
A direção da série é coesa e merece muito destaque em como conduz as cenas, mas a fotografia ajuda e muito no charme dos personagens. As paletas de cores são precisas em ambientar o espectador para que não haja nenhuma dúvida do tom da cena. Alem disso, a forma como os personagens secundários são bem introduzidos em cena só eleva o nível de tudo.
Alguns merecem muito destaque, como o Arcanjo Gabriel, interpretado pelo sempre ótimo Jon Hamm. Jon repete aqui o nível de atuação que o consagrou em Mad Man e Baby Driver, trazendo um Gabriel debochado, pedante e completamente sem paciência com equívocos. Isso acaba por render sequências hilárias que servem de contraponto para os momentos sérios.
Juízo final
Good Omens é uma série divertida, leve e muito agradável. É muito certeira em tudo que se propõe e abusa (no bom sentido) do senso de humor britânico. Atuações impecáveis (principalmente dos três citados na resenha) e uma fotografia afiada fazem com que o espectador não sinta os seis capítulos passarem. Ótimo trabalho de Neil Gaiman (ele mesmo).
A série está disponível no serviço de streaming Amazon Prime.
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- Cinema & TV, Críticas
- 29 de novembro de 2019