Não é isso tudo #1: Donnie Darko

Inaugurando mais uma série aqui no PlayStorm. E essa será uma pequena (ou não) dose de polêmica mensal sobre cinema. Listaremos aqui aqueles filmes superestimados, aclamados, mas que não são nada demais. Muitas vezes com enredos confusos que acabam passando uma complexidade inexistente ou simplesmente por ter milhões de plots que não levam a lugar algum. Pra começar, eu vou como um zagueiro de pelada: direto na canela da galerinha hipster/cult, pegando um dos filmes mais aclamados por eles: O mediano Donnie Darko.

Donnie Darko (2001) se passa no fim dos anos 80 e conta a história do adolescente homônimo (Jake Gyllenhaal), um rapaz considerado rebelde e problemático. Numa determinada noite, um coelho gigante aparece, acordando-o e guiando o jovem para um campo de golfe e lá ele adormece. Quando acorda, Donnie percebe que o tal coelho salvou sua vida pois uma turbina de avião (??) destruiu a casa onde ele estava. A partir daí, o coelho guia o garoto por várias “missões” que incluem desde a destruição do encanamento de uma escola até queimar a casa de um palestrante motivacional, vivido pelo saudoso Patrick Swayze.

O filme tem roteiro confuso, com alguns clichês, muitos buracos e um final que deixa várias pontas soltas. Muito do “culto” a esse filme se deve justamente a essa confusão toda que o roteiro faz. “Você não gostou do filme por que não entendeu o final”, dizem os amantes do filme. Como se fosse algo avançadíssimo intelectualmente. Na verdade, por deixar várias arestas, o filme é passível de muitas interpretações. Mas isso nem de longe o torna um filme acima da média, muito pelo contrário. O filme não é difícil de entender por ser complexo, mas sim por ser extremamente confuso. Essa presunção forçada no roteiro fez o filme ganhar toda essa aura cult/hipster, até por que essa galerinha adora algo diferente e que saia do usual.

Confesso que durante esses 16 anos que passaram após o lançamento do filme, o vi algumas vezes, beirando uma dezena. E nunca, jamais consegui ver essa maravilha que algumas pessoas veem. Primeiro pelo interprete do protagonista, o mediano Gyllenhaal. Ator ali na linha do medíocre, que eu carinhosamente chamo de “doutrinável”. Na mão de um ótimo diretor, normalmente atua bem. Mas se cai nas mãos de um diretor comum, tem atuação abaixo da crítica.

Não segura roteiro nem papel nenhum por conta própria. Some isso ao já citado enredo esburacado e as confusões (teoricamente) propositais que não se explicam, temos um prato cheio paro o achismo. Cada um acha que entendeu o final de um jeito, quando na verdade não passam de suposições. E olha que filmes com roteiros passíveis de interpretações e plots são recorrentes, como o fantástico A Origem (Inception), de Christopher Nolan, onde vários finais são especulados mas todos fecham tranquilamente. Uma coisa é o filme te dar várias linhas de raciocínio para que você decida qual escolher, outra é te confundir entre elas sem te dar todos os pontos para que se ligue com o final. Donnie Darko abusa da segunda opção.

Resumo final

Donnie Darko é um filme bem mediano, nada acima da média. A confusão provocada pelo seu roteiro falho faz com que ele pareça um filme complexo, quando na verdade o mesmo se perde dentro de sua própria presunção. E não, você não entendeu o final. Acho que nem o roteirista entendeu.

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