The Walking Dead: Esqueça o seriado e leia os quadrinhos

Toda vez que uma pessoa que gosta de quadrinhos ou games fica sabendo que aquele título favorito vai virar longa-metragem ou seriado, a ansiedade começa e em seguida uma questão é levantada. A adaptação vai ser boa ou um grande desastre? Isso aconteceu com inúmeros personagens de quadrinhos. E não seria diferente com um dos últimos títulos da ImageComics – responsável pelo violento e nostálgico Spawn – The Walking Dead. Porém, com ele foi diferente. Saído dos quadrinhos para a TV (adaptado pela Fox), foi um sucesso de audiência. Desde a sua estréia em 2010, fazendo ainda mais sucesso que a HQ original. Mas logo em seguida decaiu dando espaço para os quadrinhos novamente. A série veio se mantendo fiel aos em vários aspectos até a sua quarta temporada, quando tudo começa a desandar.

Venho acompanhando o seriado e tenho que dizer. Quem gosta de momentos de tensão e tem uma simpatia por mortos-vivos se sentirá satisfeito até a terceira temporada. Na quarta temporada, o seriado começa a mostrar algumas histórias vazias e personagens fazendo coisas idiotas, morrendo e logo depois sendo comidos por zumbis sem muita explicação. O seriado é respeitoso em questão geral, mas se você quiser se impressionar de verdade com fatos da história original de Robert Kirkman, que não foram explorados pela Fox de maneira adequada, comece a ler os quadrinhos.

The Walking Dead: Esqueça o seriado e leia os quadrinhos

Sabe aquela frase “Os quadrinhos/livro é bem melhor do que o filme/seriado”? Então, TWD não é exceção. Mas diferente de outros exemplos, as tendências dos personagens foram distorcidas para o seriado, de maneira rude.

A arte rústica da HQ somada aos diálogos realistas e complicados de quem vive entre a vida e a morte a cada segundo dá um ar de desesperança e angústia que, de certo modo, acaba alimentando a curiosidade de quem lê. Os quadros são imprevisíveis, anacrônicos e sem nota do autor, apenas os personagens tem voz–além dos grunhidos dos zumbis. Você não sabe quanto tempo se passa na vida dos personagens, pois não tem uma narração em terceira pessoa. Você mede esse tempo entre uma situação e outra. Lendo cada página do início até o fim, acompanhando o crescer de cada barba e diálogos internos, algo muito mal explorado na séria da Fox.

Chega a ser absurdo!

Vários personagens do seriado são mal aproveitados e agem de maneira totalmente diferente – chegando ao absurdo da idiotice– em relação aos quadrinhos, deixando qualquer leitor assíduo de cabelo em pé e entediando o espectador entre momentos de vazio no roteiro e cenas mal explicadas, coisa que nos quadrinhos você nunca verá. Gostaria de citar vários pontos, mas são tantos que eu ficaria muito tempo escrevendo. Vamos à um exemplo: Andrea, que no seriado é uma sobrevivente egoísta e arrogante. Chega a manter relações sexuais com o Governador – principal vilão da série. Na HQ original ela é uma das responsáveis pela sobrevivência de alguns personagens e uma das mais “badass”.

The Walking Dead: Esqueça o seriado e leia os quadrinhos

The Walking Dead, de Robert Kirkman, está em circulação no Brasil desde 2006 pela editora HQM. Sem superpoderes, sem governo e sem leis, o mundo de TWD se passa no norte dos EUA. Em um apocalipse zumbi, repleto de mortos-vivos e com poucas chances de sobrevivência, a luta por suprimentos e para manter a sanidade é a principal meta. No desenrolar da trama você descobre que os zumbis são meros incômodos. A verdadeira ameaça são os próprios seres humanos e suas grotescas intenções em tempos onde não se tem nada a perder.

Em resumo: para você que está esperando pela estréia da 5ª temporada e quiser experimentar um pouco mais esse mundo incerto ou mesmo você que nunca teve contato com TWD, não deixe de ler essa obra prima.

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