Troia: A Queda de uma Cidade (1ª Temporada) | Crítica

Séries com temáticas históricas sempre foram comuns e de grande sucesso ao longo dos anos. The Tudors, Roma e Spartacus estão ai para nos provar que acontecimentos históricos rendem bons produtos cinematográficos. Seguindo essa linha, a Netflix em parceria com a BBC nos trouxe a Guerra de Troia. Mas será que a batalha mais épica da antiguidade recebeu uma adaptação digna?

“Em busca da mulher prometida por Afrodite, o pastor Páris descobre sua verdadeira identidade e se apaixona por Helena de Esparta, desencadeando a Guerra de Troia.”

Ilíada em tela

Tudo (ou quase) o que sabemos sobre a Guerra de Troia passa pela obra Ilíada, atribuída ao poeta Homero. Até hoje existem dúvidas se ele foi mesmo o autor ou até mesmo se a tal guerra existiu. Mas, real ou não, a Ilíada é um marco na literatura mundial. E o roteirista David Farr bebe bastante desta fonte. Em certos pontos até demais.

Troia: A Queda de uma Cidade (1ª Temporada)

A Guerra de Troia, para quem não sabe, foi uma batalha sangrenta entre gregos e troianos após Páris (príncipe de Troia) roubar Helena, a esposa de Menelau (Rei de Esparta), na época que o mesmo havia prometido sua filha ao príncipe. É considerada uma das maiores traições de todos os tempos. Uma ode à honra, paixão, guerra e princípios.

Todo o clima da poesia é trazido no roteiro de David Ferr. Os diálogos fortes, as decisões tomadas de paixão, raiva e dor. Soa tudo como uma grande tragédia grega, com o perdão do trocadilho. Mas nada soa forçado ou clichê. O roteiro se desenvolve com clareza e sem grandes problemas. A opção por mostrar a influência direta dos deuses nos acontecimentos, mostrando que eles também são acometidos por vaidade e raiva, faz um ótimo paralelo entre mitologia e o real, algo bem comum na história grega.

Troia: A Queda de uma Cidade (1ª Temporada)

Direção acima da média

Nunca é fácil dirigir uma série épica. Existem sim falhas na produção e na contextualização histórica (estribos!). Mas se nem Gladiador passou imune à esses deslizes… Troia: A Queda de uma Cidade tem um trabalho de direção bem acima do correto. Com takes mais minimalistas, algumas tomadas de plano aberto em poucos (e estratégicos) momentos, a direção engrandece a série. Apesar de falhar ao dar pouca ou quase nenhuma profundidade a certos personagens, o saldo permanece positivo ao focar na poesia da obra.

Toda a história é contada de forma poética e a direção toma o devido cuidado de trata-la como tal. Nada de cortes rápidos demais nem contra-planos. Aqui, menos é mais. E funcionou muito bem, obrigado.

Atuações pouco destacadas

São poucos os destaques nas atuações, tanto negativos quanto positivos. Na sua grande maioria, o elenco não compromete. Positivamente, destaco Jonas Armstrong e David Gyasi, respectivamente омг омг омг Menelau e Aquilles. Vale lembrar que David é um ator negro e o fato de interpretar Aquilles gerou grande (e estúpida) polêmica.

Troia: A Queda de uma Cidade (1ª Temporada)

Falando em polêmica, a série não fugiu dela. Em Ilíada, fica bem implícito o amor e admiração “acima da média” entre Aquilles e Pátroclo e posteriormente, o triangulo amoroso com Briseis. Na obra da Netflix não é diferente. Palmas novamente para David Ferr.

Sobre a parte negativa, destaco Bella Dayne, que interpreta Helena. Eu fiquei ansiosamente aguardando o momento em que sua atuação iria aflorar e crescer (como acontece com Louis Hunter, intérprete de Páris), mas foi em vão. Ela passa a série inteira com emoções comedidas, mesmo diante de acontecimentos marcantes com sua personagem. Uma pena, pois teria engrandecido demais a série.

O que achamos de Troia: A Queda de uma Cidade (1ª Temporada)?

A série tem seus pontos fortes e fracos. É bem fiel à obra original, tem narrativa interessante e direção muito acertada. Alguns erros de produções, pouca profundidade nos personagens (a meu ver, proposital) e algumas atuações jogam contra, mas nada que deixe a série ruim. Uma boa série, vale à pena assistir.

Ps: Muito estranho ver o Uncle Benjen (vulgo Benjen Stark) não sendo o Uncle Benjen.

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