Crítica: 300 – A Ascensão do Império

“Mas, cade o Xerxes?”. Pois é, essa é a questão sobre 300 – A Ascensão do Império, que a princípio seria um prelúdio de 300. Mas vamos por partes.

Xerxes, 300 ou A Ascensão do Império (ou outra coisa)?

300 – A Ascensão do Império serve de prelúdio e em certo momento cruza com o primeiro filme, 300. Após a morte seu pai, Xerxes (Rodrigo Santoro) parte em uma jornada de vingança contra a Grécia. Enquanto os 300 espartanos, liderados por Leônidas, combatem Xerxes em Termópilas, os exércitos do resto da Grécia, liderados por Temístocles (Sullivan Stapleton) se unem e batalham em mar contra a cruel e habilidosa combatente Artemísia (a bela Eva Green), comandante do exército persa.

300 A Ascensão do Império

Você deve estar pensando “Legal! Uma cena do Xerxes lutando!”. Então… não.

É onde o problema começa. A princípio, 300 – AdI contaria a história de Xerxes, sua origem e o porque da sua ira contra a Grécia (inclusive baseado na graphic novel Xerxes, de Frank Miller). Então os produtores tiveram a “brilhante” ideia de usar a marca 300 (filme que havia feito sucesso em 2007 e ultrapassou os 400 milhões de reais nas bilheterias) e anunciaram 300 – A Batalha de Artemísia. Mas em um certo momento, eles mudaram o nome para 300 – A Ascensão do Império. Confuso não?

A história

A história é narrada pela Rainha Gorgo de Esparta (Lena Headey) após os eventos do primeiro filme. Temos um vislumbre da origem de Xerxes (sendo que a atuação de Rodrigo Santoro fica resumida a menos de 5 minutos ao todo em tela), desde a morte de seu pai pelas mãos de um ateniense, passando pelo momento que a semente da sua possível divindade é plantada em sua mente até o momento que ele se torna Deus-Rei. Saindo do prelúdio, vemos a marcha contra a Grécia e a batalha entre Temístocles (que deveria ser um cara arrogante como nos livros históricos, mas aqui é símbolo de bondade) e Artemísia (que se tornou a melhor coisa do filme). Essa batalha é um incrível clichê do bem contra o mal, liberdade contra a opressão.

300 A Ascensão do Império

Nem 5 minutos em tela…

Vemos na tela o “molde” visual de 300: Todas as cenas são praticamente digitalizadas, gravadas no já conhecido fundo verde. Mas o que foi surpresa no primeiro filme, virou um modelo cansativo no segundo. Em 300 – AdI não há surpresas, nem inovação, em momento algum. Câmera lenta, computação gráfica (que peca em inúmeros momentos) e sangue (dessa vez tanto sangue que parece que existe a necessidade de lubrificar a tela com o líquido).

300 - A Ascensão do Império

Cena de 300 – A Ascensão do Império

Artemísia, treinada pelos melhores x Temístocles, o melhor

Artemísia tem papel fundamental nos eventos de 300 e 300 – AdI (talvez por isso o primeiro filme se chamava a Batalha de Artemísia). Ela guarda um ódio enorme contra a Grécia e a jornada se inicia pela manipulação da bela comandante. Temístocles, herói ateniense, foi de suma importância na Batalha de Maratona, onde se deu início a toda a jornada de Xerxes contra a Grécia. Ambos possuem papel fundamental e na história, lideram as suas forças em mar. É praticamente o 300 marítimo.

300 A Ascensão do Império

Bela… e cruel.

Enquanto Artemísia ganha em número e poder marítimo, Temístocles, com seus poucos navios, ganha em estratégia (ou em cima da falta de estratégia dos persas) e força de vontade. A imagem do grego é do maior líder das forças marítimas de Atenas, mas a incapacidade dos persas em comandarem suas frotas é explicita. Em certo momento, vemos Temístocles recuar suas forças para uma névoa, contando com a falta de inteligência dos persas que ao entrarem, sem analisar a situação, se chocam em rochas.

Existe ainda um momento inexplicável de aproximação de Artemísia e Temístocles. Tão desnecessário quanto o filme.

Fato curioso: Artemísia foi treinada pelos melhores combatentes persas, sendo que o principal é aquele emissário que é jogado no poço por Leônidas em 300, após clássico jargão “This is Sparta!” Os melhores é?

Veredito “This is madness!”

300 – A Ascensão do Império é um filme cansativo que tenta pegar o sucesso de 300 para ganhar o público. Aliás, quem nunca assistiu o primeiro, não consegue assimilar alguns “porquês” durante o filme. Aliado à falta de inovação, desde o modelo visual, cenas de combate com diversos clichês (golpear alguém com escudo ao mesmo tempo que um raio ilumina o campo de batalha? sério?), o banho de sangue na tela e um roteiro fraco, esse novo 300 ganha um status de mancha na história do primeiro 300. Como entretenimento, até vale (assistir na Tela Quente). Mas como continuação de um filme que até hoje é lembrado e citado, desnecessário.

E quiseram colocar a culpa no pobre Frank Miller, que demorou para lançar a Graphic Novel. A culpa não é de quem quis ganhar dinheiro às custas de 300? Ah tá.

 

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