Playstorm Indica #3: Os Últimos Dias de Krypton

Antes do Apocalipse – que fez o bebê conhecido mais tarde como Clark Kent ser enviado à Terra – Krypton prosperava. Na cidade de Kandor, o cientista Jor-El e a historiadora Lara casaram-se. Eles tiveram Kal-El, o único que sobreviveria ao fim do mundo. Tudo era harmonia e perfeição numa civilização com baixíssimo índice criminal. Quando um alienígena invade o planeta e provoca uma tragédia irremediável para os kryptonianos. É a grande chance do diabólico General Zod tomar o poder e implantar uma ditadura que usará da invenção tecnológica de Jor-El para subjugar a todos. E em meio a tudo isso, uma tragédia fatal se aproximava – um destino catastrófico profetizado por Jor-El que mudaria a história kryptoniana para sempre…

Certamente você já ouviu falar na história do último sobrevivente de Krypton que veio parar na Terra: Adotado por um simpático casal de fazendeiros e se tornou o homem mais forte do planeta (e talvez do universo). Em algum momento você leu ou assistiu algo sobre Superman. Sobre como se tornou um Kent e como apesar de possuir poderes inimagináveis se tornou, nos quadrinhos, a personificação da bondade na Terra. Mas você sabe qual a origem dele? Quem foram seus pais, além de nomes e reflexos do passado? Eu sempre quis saber mais sobre os seus antepassados e se a bondade e moral vinham somente da sua família terráquea.

No mês de lançamento do reboot cinematográfico de Homem de Aço (Man of Steel), eu fui atraído mais ainda pelo assunto. Comprei alguns ótimos quadrinhos que fizeram parte da base do filme. Assisti aos filmes antigos (e não consegui assistir Superman Returns de novo). Mas Os Últimos Dias de Krypton, de Kevin J. Anderson, foi o mais surpreendente deles. Particularmente eu esperava uma história e personagens razoáveis, mas encontrei exatamente o contrário. Não há extrema violência como na série As Crônicas de Gelo e Fogo ou as sequências de sexo da série Cinquenta Tons. Apesar do gênero ser a Ficção Científica, vemos uma trama que se articula muito bem entre política, conspiração, traição, ciência e tecnologia, drama, romance, aventura e claro, a tragédia.

A história

O autor narra o último ano e meio do planeta Krypton. Somos apresentados a Jor-El, grande cientista que tem suas invenções negadas por uma Comissão liderada por Zod e submissa ao Conselho. Ambicioso e totalmente contra a forma como o Conselho governa, Zod esconde os inventos com a pretensão de usa-los em um momento oportuno. Esse dia chega quando um alienígena (que quem acompanha os quadrinhos, tem uma ideia de quem seja) “engarrafa” a capital Kandor e a leva para si. A partir daí a história passa a ser sobre como Zod abusa do poder para se estabelecer como dirigente e as manipulações da população e dos inocentes, em paralelo a maior tragédia iminente.

Vemos uma Krypton maravilhosa, viva, tecnológica e colorida. A viagem pelo planeta é muito agradável e nos faz imaginar como seria a própria Terra (certamente mais evoluída). Ponto para Kevin J. Anderson que conseguiu transformar a narrativa em algo agradável e viciante. É como se Krypton realmente tivesse existido.

A apresentação dos personagens é fantástica. Ficamos encantados por Jor-El; por Lara, sua fascinante futura esposa, arquiteta e artista plástica, uma pessoa forte e determinada; seu irmão Zor-El; além de conhecer os odiosos Comissário Zod, o seu fiel braço-direito Nam-Ek, inescrupulosa Aethyr e os acéfalos membros do Conselho. Criamos laços com os personagens, pela alegria e dor deles, nos apaixonamos por Krypton, torcemos para que Jor-El consiga salvar o planeta, mesmo sabendo qual o seu fim (inclusive, o fim do planeta é narrado de forma surpreendente e original).

Se você é daqueles que diz “não gosto de HQs/Superman”, não se preocupe. Os Últimos Dias de Krypton é uma obra espetacular para um tipo de público: amante de uma boa leitura.

Login
Loading...
Sign Up

New membership are not allowed.

Loading...