Não mexam nos clássicos!

Desde os tempos mais primórdios (salve Hermes e Renato!), o cinema tenta sempre se reinventar, se superar. Novas tecnologias, novas tomadas de câmera, novos gêneros. Mas, diferente da imbecilidade humana, as idéias não são infinitas. Por conta disso, nos últimos anos vimos uma enxurrada de remakes/reboots de grandes séries do cinema. E ca#%te, por que mexer num clássico? Por me fazer essa pergunta sempre, vou listar para vocês alguns desses casos que deixam qualquer fã de cinema revoltado.

Antes, vou explicar para quem não sabe o que é um remake e o que é um reboot. Remake é quando pegam um filme clássico, já lançado e re-filmam, seguindo toda a cronologia, roteiro e acontecimentos da história original. Já no caso do reboot, optam por recontar a história, mudando roteiro, ambientação e às vezes até personagens. Entenderam? Não? Então dêem uma pesquisada naquele famoso site de busca que é dono de um navegador Chromado.

Total Recall (2012)

Aqui temos um caso de reboot que já começa errado pela escolha do protagonista. Colin Farrell é daquelas promessas que nunca se cumprem. É um ator fraco que não convence de jeito algum. E olha que o resto do elenco é até bacana. Kate Beckinsale(stormer Saulo pira!), Jessica Biel e Bryan “Breaking Bad” Cranston. Lembram que o filme original se passava em Marte? Esqueça isso. O reboot se passa em meio a conflitos entre a Colônia, localizada na Austrália, e a União Britânica, vulgo Europa.
A história não convenceu, a atuação do protagonista muito menos. Schwarzenegger está longe de ser um grande ator, mas possui carisma de sobra, coisa que falta à Farrell.

King Kong (2005)

Tinha tudo para ser bom. Para a maioria da crítica até foi. Peter Jackson, rios de dinheiro e um filme fantástico e icônico. Vale lembrar que este foi o segundo remake feito do original, datado de 1933, que mesmo usando tecnologias bem ultrapassadas para o dia de hoje, ainda encanta pelo minucioso trabalho de direção, que conduz brilhantemente a relação da mocinha com a fera indomável.

Muita gente deve estar se perguntando “mas caramba, o filme concorreu a vários prêmios, foi aclamado pela crítica…por que esse filho da p#%a não gostou?”. Olha, um dos motivos pelo qual eu não gostei do filme foi essa cara de “cinema do espetáculo” que o grande Peter Jackson adotou. A sutileza do primeiro, o jeito como a arte é encaixada e passada na tela se perdeu. Virou um filme de “tragédia com monstro gigante” sabe? Bem feito, obviamente. Efeitos especiais ótimos, condução da narrativa proposta correta, mas não me convenceu. Prefiro (de longe) o clássico de 1933.

O Dia em que Terra parou (2008)

Remake do clássico filme de 1951, porém com uma premissa um pouco diferente. No original, o alienígena e seu robô chegam a Terra pregando a união entre os povos e o fim dos conflitos, motivada pela Guerra Fria que ocorria à época. A premissa do remake é a preservação ambiental, o que enfraqueceu (e muito) todo o conceito do filme. Uma tonelada de efeitos especiais que nada acrescentam e o sempre duvidoso Keanu Reeves contribuem para o fracasso do filme, tanto de crítica quanto de público.

Footloose  (2011)

Tem gente que torce o nariz para o original, que eu acho um filme muito bom. Esse remake foi uma das coisas mais sem sentido da história. Quando foi lançado o original protagonizado por Kevin Bacon (1984), tinha lógica com a época dos bailes de formatura e a dança de salão em alta. O remake tenta dar um ar de modernidade e falha miseravelmente. Horroroso, para dizer o mínimo. Ainda bem que a trilha sonora se salva, bem fiel à original. (veja a matéria que falamos da trilha original aqui)

Ps: Não se empolguem com os trailers. São infinitamente melhores que os filmes.

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