Pitacos #2 – O mais do mesmo dos jogos do Batman

A sala está repleta de bandidos armados. Eu não uso armas de fogo. Preciso encontrar um local de refúgio, fora da vista deles. Sim, os gárgulas. Vou subir e ficar sobre as estátuas, acima da linha de visão dos inimigos. Fui visto, preciso ludibriá-los. A solução é pular de gárgula em gárgula até que eles me percam de vista. Funcionou. Consigo também me camuflar no ambiente, me pendurado de cabeça para baixo, como um verdadeiro morcego. Espero que um dos bandidos passe e em menos de um segundo ele se vê enforcado, pendurado em uma estátua. Agora é só planar em direção a outro bandido, atingi-lo com os dois pés no peito e finalizá-lo ali mesmo. I am Batman!

A “cena” descrita acima e que me deixou de queixo caído aconteceu quando resolvi jogar a versão demo de Batman Arkham Asylum. Pela primeira vez, eu me sentia como o próprio Homem Morcego, planejando as estratégias de ataque, me camuflando nos ambientes sombrios e caçando bandidos como se caça uma presa. Batman Arkham Asylum era, sem sombra de dúvidas, o melhor Bat Jogo já feito.

Tudo funcionava harmoniosamente no jogo: A escolha das vozes para os personagens principais (os mesmos da série animada), a dinâmica da descoberta do funcionamento de cada gadget, a ambientação adequada e sob medida, os desafios. A conclusão que se chega é que Arkham Asylum é simplesmente um jogão, em todos os sentidos.

Batman Arkham City: Mundo aberto, mapa maior, novos personagens, nova história, novos personagens jogáveis. Compra certa no lançamento. Dito e feito. Comprei, joguei e…não gostei.

Batman Arkham Origins: Um Batman ainda em começo de carreira. Uma história mais empolgante. Evolução técnica. Compra certa? Talvez. Mas mesmo assim. Comprei, joguei e…não gostei.

Mas se o primeiro jogo era essa coisa incrível toda, o que tornou os jogos seguintes desinteressantes?

Não vou me aprofundar em cada jogo e em seus detalhes peculiares, afinal de contas, o objetivo aqui é só dar um pitaco. De modo geral, eu poderia elencar os seguintes fatores:

· Curva de aprendizado: O que fascinava no primeiro jogo aqui fica um pouco em segundo plano. Os gadgets meio que já “funcionam” de cara. Com isso, as novas perspectivas que eram interessantes no primeiro jogo aqui simplesmente desaparecem.

· Tudo muito repetitivo: Você continua subindo em estátutas, esperando o momento certo, atacando. Tudo é muito repetitivo. Os jogos da série Batman são de um planeta onde em praticamente toda sala existem gárgulas e grades de ventilação. Será que esta é a única maneira que o Batman poderia se camuflar? Não poderiam ter sido inventadas novas “maneiras” de se esconder dos inimigos?

· Arkham City é uma mapa chato: Ao invés de ser um deleite poder se mover por uma cidade de vilões, o que você tem em Arkham City é uma cidade chata. O sistema de orientação é um tanto quanto confuso. Os desafios propostos pelo mapa em mundo aberto logo se tornam repetitivos. O que foi proposto como um acréscimo de desafio no game acaba se tornando algo enfadonho.

· O Batman de origins é mais experiente do que o do Asilo: A impressão que temos é que o Batman do terceiro game é o mais experiente de todos. Se na primeira aventura, temos o herói se ambientando com seus equipamentos, no terceiro game ele já “nasceu sabendo”. As situações também se repetem à exaustão, tornando a experiência um grande deja vu, um grande “mais do mesmo”.

Coringa

Pitaco final

Diante de um primeiro jogo épico, o que temos na trilogia é uma sequencia de dois jogos medianos e questionáveis. O que tornou o primeiro jogo um diferencial na época se repete à exaustão nos jogos seguintes. Você vai precisar “forçar a barra” pra gostar de Arkham City e Arkham Origins, embora este último tenha uma história melhor.

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