Crítica: Guardiões da Galáxia

Essa matéria foi escrita ao som de Awesome Mix Vol.1 (saiba o que é isso abaixo).

Despretensioso, divertido, cômico e um grande tributo à década de 1980. Talvez isso resuma bem a experiência de Guardiões da Galáxia. A ousada tentativa da Marvel Studios de trilhar um caminho bem diferente do que tínhamos visto até então, na minha humilde opinião, deu certo. E exatamente por ter passado por experiências complicadas e frustrantes (leia-se Homem de Ferro 3), fiquei em um misto de curiosidade e expectativa, mas com um pé atrás. Então conforme o filme ia rolando, a preocupação ia se dissolvendo.

Crítica: Guardiões da Galáxia

Em Guardiões da Galáxia, Peter Quill (Chris Pratt) rouba uma misteriosa esfera e passa a ser procurado pelo poderoso vilão Ronan, que deseja o artefato e vários caçadores de recompensas. Para escapar do perigo, ele une forças com quatro personagens: Groot, uma árvore humanóide (na voz de Vin Diesel), a sombria e perigosa Gamora (Zoe Saldana), o guaxinim rápido no gatilho Rocket Racoon (na voz do onipresente Bradley Cooper) e o vingativo Drax, o Destruidor (Dave Bautista). Mas Quill descobre que a esfera roubada possui um poder capaz de mudar os rumos do universo e o grupo deverá proteger o objeto para salvar o futuro da galáxia.

(Eu falei um pouco sobre a história do grupo nos quadrinhos e sobre os membros no Aquecimento).

Guardiões da Galáxia

Terra. 1988. Ao som de I’m Not in Love – 10cc, vemos o jovem Peter Quill em um corredor de hospital, tentando se esconder atrás da música que sai de seu Walkman, pois em breve uma tragédia iria acontecer. A cena não dura 10 minutos. 26 anos depois, somos apresentados ao (lindo) espaço. Uma nave pousa no planeta Morag e seu único tripulante, vestindo um sobretudo vermelho e uma máscara se encaminha a um templo. Chegando a entrada, a misteriosa figura retira sua máscara e aperta o play em seu Walkman. Ao som de Come And Get Your Love – Redbone, vemos Peter Quill se divertindo e cantando, interagindo com os seres do planeta, indo em direção ao altar. O título do filme aparece na tela, tomando quase todo o espaço e abaixo, vemos Peter dançando.

Apenas resumi (e claro, não dei muitos detalhes desse começo), para você entender. O filme é muito divertido e esse clima de descontração ao som de grandes músicas da década de 1960-70 é o que dita o andamento do filme.

Crítica: Guardiões da Galáxia

Em poder da esfera, Peter se torna o centro das atenções. Tanto de caçadores de recompensas (ele traiu o seu grupo de Saqueadores, liderados por Yondu Udonta (Michael Rooker), o grande responsável por sua presença no espaço e talvez a mais próxima figura paterna que ele tenha, mesmo que seja uma relação estranha), quanto por quem deseja o tal artefato. E é nesse momento que somos apresentados aos outros membros do grupo, em uma (divertida e rápida) cena no planeta Xandar. Conhecemos os personagens de forma muito rápida e não temos tempo de conhecer as suas origens. Mas durante o filme, cada um acaba citando algum detalhe que ajuda a entender um pouco mais de cada um.

Os personagens

Somos apresentados aos personagens como falei um pouco no Aquecimento: Rocket Raccoon e Groot como parceiros e caçadores de recompensas, Gamora, a assassina, e com um passado conturbado e Drax, o último a ser apresentado, um poço de ódio. Os 5, mesmo com todos os problemas, acabam entendendo que precisam se juntar para defender a galáxia contra o grande vilão Ronan, o Acusador (na atuação do irreconhecível Lee Pace) e Nebula, filha de Thanos (a outra irreconhecível Karen Gillan). Aliás, Thanos (Josh Brolin) está presente, como era esperado. E ainda temos a presença de algumas caras conhecidas como Glenn Close (como Nova Prime), John C. Reilly (como Rhomann Dey), Djimon Hounsou (como Korath) e Benicio Del Toro (Como O Colecionador).

Crítica: Guardiões da Galáxia

O diretor James Gunn trabalhou muito bem alguns detalhes, como a interação de um terráqueo com os seres do universo. Por exemplo, inúmeras vezes, Peter utiliza metáforas e gírias que os habitantes da galáxia não entendem. Algumas referências (de super bom gosto) a filmes da década de 1980, claro, também estão presentes. Não podemos esquecer que foi uma década de clássicos de ficção científica, como De Volta para o Futuro, Star Wars, Blade Runner, ET – O Extraterrestre e até Howard, o Pato (se lembram desse?). Outras referências, mas aos quadrinhos, estão na telona, como Cosmo, o cão astronauta (do programa Soviético).

Trilha sonora

Quanto a trilha sonora, devemos agradecer a mãe de Peter. O Walkman (item muito importante no filme e que talvez os mais jovens nunca tenham visto) viaja o cosmo com uma fita cassete que ela deu de presente para ele, chamada Awesome Mix Vol.1. As músicas nessa fita, que vão desde David Bowie, passando por Marvin Gaye, até Jackson 5, estão presentes nos momentos chave do filme. Quer melhor referência que essa? Veja a lista das músicas abaixo:

Hooked on a Feeling – Blue Swede
Go All the Way – Raspberries
Spirit in the Sky – Norman Greenbaum
Moonage Daydream – David Bowie
Fooled Around and Fell in Love – Elvin Bishop
I’m Not in Love – 10cc
I Want You Back – Jackson 5
Come and Get Your Love – Redbone
Cherry Bomb – The Runaways
Escape (The Piña Colada Song) – Rupert Holmes
O-O-H Child – The Five Stairsteps
Ain’t No Mountain High Enough – Marvin Gaye and Tammi Terrell

Crítica: Guardiões da Galáxia

Walkman (muito parecido com o usado por Peter)

Evolução

Enquanto grupo, os membros dos Guardiões vão evoluindo durante o filme. Apesar de terem objetivos diferentes, todos eles perderam muito ou sofreram alguma tragédia em suas vidas. E vemos que enquanto estão sozinhos, parecem perdidos. Mas ao se juntar e com um objetivo único, eles realmente se tornam um ótimo grupo, ainda que um pouco desajustado. Para mim, Gamora é responsável por trazer essa estabilidade a todos, por conta do senso de honra que ela tem. Mas o sarcástico e divertido Rocket “Rocky” Raccoon e o carismático Groot (e seu sorriso beirando a inocência) roubam a cena. A interação dos dois é fantástica. Ah, e assim como nos quadrinhos, prepare-se para a chuva de “I am Groot”.

Crítica: Guardiões da Galáxia

Os efeitos visuais são belíssimos, dignos de um filme fora da Terra, afinal. Os planetas e o design das naves são excepcionais. A grande batalha de naves, quase no final do filme, é muito bem executada.

Termino a minha crítica, ao som de I Want You Back – Jackson 5. O filme é muito divertido e de um carisma singular. A Marvel ousou e acertou. E já estou com minhas expectativas lá no espaço para o já anunciado Guardiões da Galáxia 2. Aliás, existem boatos que eles estarão presentes em Os Vingadores 3. E nesse momento eu só consigo pensar: Imagina um diálogo entre Rocky e Tony Stark.

Crítica: Guardiões da Galáxia

Ah, e assim como todos os filmes da Fase 1 e 2, Guardiões da Galáxia tem uma cena pós-crédito. A cena só reafirma a referência à década de 1980. Acho que alguns mais jovens não vão entender, mas quem tiver mais de 30 anos vai sair do cinema com um sorriso no rosto!

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